CHEGADA AO BRASIL

A história das Irmãs Dominicanas da Congregação Romana de São Domingos – CRSD – teve início desde 1902, quando no desejo de algumas famílias brasileiras para a educação de suas filhas pediram às Dominicanas de ensino na França a fundação de uma obra educacional no Brasil. Duas circunstâncias motivaram sua vinda para o Brasil:

● Convite de autoridades governamentais brasileiras para abrirem casas de educação em diversos graus, mas especialmente em grau médio e superior.
● Perseguição religiosa desencadeada contra as Congregações, especialmente às ensinantes, na França ( entre 1903 -1904).

Inspiradas pelo ardor missionário e pelas palavras de São Domingos de Gusmão, no dia 2 de junho de 1903, o pequeno grupo de Irmãs francesas Dominicanas - Congregação do Santo Rosário de Sèvres chegou da França ao Brasil. E, após alguns dias de acolhida e descanso em Petrópolis no colégio das Irmãs Dominicanas de Sion, as Irmãs passaram a residir no lugar da primeira fundação, Belo Horizonte, uma cidade em plena expansão. Em 1909, ocorreu a inauguração da construção definitiva do Colégio Santa Maria, no bairro Floresta, Belo Horizonte. O primeiro colégio fundado na cidade. 

Em 20 de Julho de 1903, o Colégio Santa Maria abriu as suas portas com 9 estudantes. No final de agosto, um reforço de 7 irmãs francesas foi acolhido 

com alegria. Entre elas estava a que foi prioritária durante 25 anos, Mère Gabrielle du Sacré Coeur.
As jovens entre 16-17 anos foram confiadas à Educação e no fervor religioso, foram também educadas na religião.

10 de maio de 1904 - Da Casa-Matriz, funcionando em Alveringhem, veio a comunicação de como ficaria o governo da nova Comunidade no Brasil:

Priora: Mère Colombe du Jesus

Vice-Priora e Diretora do Colégio: Mère Marie de Saint Antonin

Conselheira e Ecônoma: Soeur Marie Pauline

Conselheiras: Soeur Madeleine du Rosaire e

Em 1913 celebrou-se a primeira profissão religiosa de Irmãs da Congregação no Brasil. A Irmã Maria da Glória Olynto recebeu o nome de Sr. Marie Geraldo. 

Em janeiro de 1943, o presidente da República, Getúlio Vargas assinou o decreto de autorização de funcionamento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras no Santa Maria.

Em 19 de março de 1949 é instalada na Arquidiocese de Belo Horizonte a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, fundada pelas Irmãs Dominicanas.  

A vida das Irmãs e o Impulso Missionário para além dos colégios

As escolas cresceram, mas a vida das Irmãs manteve o seu ritmo. No recinto de estrita observância, como nos conventos de França, as Irmãs mantiveram a recitação do Ofício Divino em coro, a recitação do terço, a celebração da Eucaristia, a meditação, o estudo, as refeições e a recreação em comum, a leitura das Escrituras. Juntamente com a educação dos jovens, isto caracteriza o trabalho de evangelização e educação que a Congregação estabeleceu como seu objetivo.

Em toda ocasião foram várias experiências de inserção com a abertura de cursos de formação cristã (catequese para adultos, cursos bíblicos) e formação humana (ajuda às famílias, assistência jurídica) em áreas de grande pobreza material e cultural no entorno de Belo Horizonte.

Em 1959, a fusão das cinco Congregações Dominicanas deu origem à Congregação Romana de São Domingos. O Capítulo Geral da Congregação de 1966 reafirmou o objetivo da Congregação pela educação das jovens mulheres, participando na missão educativa da Igreja e assumindo a educação humana e cristã da juventude em resposta a outras possibilidades e apelos da Igreja para o serviço da fé.

O Concílio Vaticano II e a fusão das Cinco Congregações francesas contribuíram grandemente para uma profunda revisão da vida, desenvolvendo perspectivas para novas inserções em benefício da pessoa humana e da sua evangelização. As Irmãs Dominicanas da CRSD sempre mantiveram o impulso missionário arraigado nos valores da educação da pessoa humana. Aqui no Brasil, partindo de Minas Gerais para outras regiões do sudeste ao sul, abriram colégios, centros de formação, e se inseriram fortemente no meio das comunidades eclesiais e movimentos sociais.

Em 1968, em Belo Horizonte, as Irmãs deixam a residência no colégio Santa Maria e instalam a nova casa preparada para a Comunidade na rua Jacuí.  

A celebração do centenário da Província do Brasil foi celebrada em 2003. 

Os tempos mudaram numa velocidade muito rápida e respondendo ao serviço missionário da realidade as Irmãs Dominicanas se espalharam para outros cantos do Brasil em pequenas comunidades de inserção, onde foram anunciar o Evangelho a todos os povos.

Em toda a parte, as Irmãs Dominicanas, testemunham o comprometimento com a vida, a justiça e Paz, e a educação para a promoção humana, causas do Evangelho na sociedade. Os tempos mudaram numa velocidade muito rápida e respondendo ao serviço missionário da realidade as Irmãs Dominicanas se espalharam para outros cantos do Brasil em pequenas comunidades de inserção, onde foram anunciar o Evangelho a todos os povos. 

As fundações seguiram umas às outras.

Poços de Caldas : 1906 – Colégio São Domingos


Em 1903, as Irmãs dominicanas da Congregação do Santíssimo Rosário de Sèvres vieram ao Brasil, a convite do Barão do Rio Branco.

Fixaram-se em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, onde abriram o tão desejado colégio.

Viajando pelo estado de Minas Gerais, conheceu Poços de Caldas com sua beleza natural e clima mais semelhante ao que deixava na França. Madre Mère Pauline ficou muito feliz ao saber que poderia fundar uma escola em local tão aprazível.

Estabeleceu-se uma simpatia das Irmãs pela cidade e pelo povo que almejava pela fundação de um educandário. As Irmãs estavam acompanhadas pelo Pe.Henri Mothon, também educador dominicano, membro de uma congregação fundada pelo grande pregador, Padre Lacordaire.

Em março de 1906 o Padre Henri Mothon alugou duas casas separadas por um jardim, ao pé da serra.

Em maio de 1906, as Irmãs Dominicanas partiram para Poços de Caldas. Em 1º de maio, o Colégio São Domingos iniciou as aulas com o objetivo de proporcionar às alunas, não só uma formação autenticamente cristã como também responder às exigências da situação social contemporânea.
  

Rio de Janeiro (1920) – “ Centro Social da Mulher” 

Criada para a educação intelectual e moral das jovens mulheres, recebeu todas as jovens que necessitavam de apoio, independentemente da classe. As senhoras da fina Aristocracia do Rio de Janeiro foram muito ativas na manutenção e desenvolvimento deste centro. Com o passar do tempo, adquiriu uma verdadeira reputação. Por volta de 1927, os Frades Dominicanos colaboraram na orientação espiritual e intelectual deste trabalho.   

Barreiro de Cima - Belo Horizonte (1947)- Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe

As Irmãs adquiriram uma pequena casa de repouso no Barreiro. Perto desta fundação, algumas delas iniciaram cursos de artes domésticas, catecismo e formação cristã para as pessoas simples do bairro.

Em 1968, a casa foi ampliada para acomodar as várias atividades que foram feitas ao longo dos anos: cozinhar, coser, cabeleireiro, manicura, datilografia, bordados, crochê e tricô. As Irmãs assumiram o catecismo desde a sua chegada.

São Paulo (1952) - Colégio e Comunidade Rainha da Paz

Em 8 de Janeiro de 1952, as Irmãs iniciaram as atividades numa escola privada em São Paulo chamada "Escola Maria Cristina". Havia 61 estudantes matriculados. No final de 1952, a Escola Maria Cristina tinha 74 alunos no jardim de infância e 9 alunos em aulas particulares! A escola tornou-se o Colégio “Rainha da Paz” em 1959. O segundo ciclo foi acrescentado em 1976. Finalmente, anexado a este estabelecimento, nasceu o curso promocional com cursos de corte e costura, manicura, cabeleireiro, cozinha, datilografia e outros.

São Jerônimo - RS (1953) - Comunidade Santa Tereza D’Avila

Em 1953, a população de São Jerônimo expressou às Irmãs o desejo de ver uma escola estabelecida na sua região (região das minas de carvão do Rio Grande); isto em resposta a uma falta de escolas nas várias pequenas cidades em torno da capital desta região do sul do Brasil. Decidiu-se, portanto, abrir ali uma escola secundária: Colégio São Jerônimo. As duas primeiras Irmãs foram enviadas para esta escola cujos edifícios tinham acabado de ser construídos com a ajuda de toda a população. Cheios de fé e esperança, estas pessoas esperavam por um futuro melhor. A presença das Irmãs durou 14 anos. Ensinaram rapazes e moças nas cidades circundantes: Triunfo, Charqueada, Minas dos Ratos, Minas do Leão e outros. Foi um tempo de graça marcado pelo progresso da 8 educação religiosa, cultural e social; um período de enriquecimento mútuo entre as Irmãs e a população. No final de 1967, a escola foi confiada a uma comunidade religiosa local no Rio Grande do Sul.

Itabuna ( 1960) - Comunidade Ação Fraternal

Em janeiro de 1960, o conselho Regional das Irmãs Dominicanas, recebeu através de Mère Imelda dos Anjos, a solicitação de Dona Amélia Amado, esposa do Sr.Gileno Amado, para administração do Ginásio.

Mère Jeanne de la Croix Da Piève, Priora Regional da Congregação para o Brasil visitou o local em presença com a Priora Geral, Mère Catherine Dominique, e juntas examinou as cláusulas do contrato para doação da obra à CRSD. Apresentou à Dona Amélia sugestões para algumas modificações importantes e finalmente aprovou a proposta de iniciar uma experiência na administração e apostolado dominicano.
Em 05 de janeiro de 1961, através do periódico “Diário de Itabuna”, As Irmãs Dominicanas agradeceram aos amigos, professores, alunos e famílias pelo acolhimento.

Porto Alegre ( 1963) - Colégio e Comunidade Santa Rosa de Lima.

Em 1963, a comunidade de Irmãs foi inaugurada e erigida. A Construção do Colégio Santa Rosa de Lima nos anos 1957 a 1961 assegurou a continuidade do ensino no Colégio de São Jerônimo. Em pouco tempo, tornou-se uma escola modelo, e as Irmãs estiveram no comando até 1981. Em 1987, tornou-se a Associação de Santa Rosa de Lima e é agora gerida por um grupo de pais, professores e funcionários escolares, mantendo ao mesmo tempo a fidelidade aos princípios e objetivos desenvolvidos pelas Irmãs desde 1957.

Brasília (1965) - Colégio e Comunidade Santa Maria

Em resposta a um pedido do arcebispo, as Irmãs abriram uma creche em instalações provisórias, e depois os diferentes níveis da escola foram criados nos anos seguintes. Para além da própria escola, houve cursos para o desenvolvimento humano. As dificuldades encontradas pela educação privada no contexto político brasileiro levaram ao seu encerramento em 1987. 

São Domingos do Prata (1968) - Comunidade Cristo Rei

Em resposta aos apelos da Igreja, três Irmãs empenharam-se no trabalho de inserção de uma pequena comunidade na diocese de Itabira. Foram feitas outras tentativas nos anos seguintes: Bela Vista, Monlevade e Itabira. Mas o único que ainda existe é São Domingos do Prata. O trabalho pastoral foi dirigido para o meio rural, e as Irmãs formaram líderes que continuam hoje o seu trabalho. Com a ajuda da Secretaria de Estado de Minas Gerais, que disponibilizou pessoal técnico, os camponeses puderam aprender sobre agricultura, higiene e saúde. Para além do trabalho contínuo de evangelização e catequese, o cultivo de uma pequena quinta permite o acolhimento e o trabalho de crianças de rua, que de outra forma seriam deixadas à sua sorte fora dos períodos escolares. Em 1981, a comunidade se tornou casa escolhida da província para a formação de postulantes. Desde 1987, foi aí estabelecido o noviciado da Congregação.
 

Belo Horizonte nº 312/Floresta ( 1969) - Comunidade Nossa Senhora da Glória

O grande prédio do colégio Santa Maria foi vendido para a Sociedade Mineira de Cultura ( Mitra Arquidiocesana). A casa onde residia o capelão do Colégio estava desocupada.

O Conselho Provincial decidiu criar uma nova residência de duas ou três Irmãs que passaram a assumir a direção do Curso Primário do Colégio Santa Maria, na direção Adjunta. A decisão foi muito funcional, duas Irmãs se instalaram na casa nº 312 da Rua Jacuí e ambas trabalhavam no colégio Santa Maria.

A partir da década de 80, o pequeno grupo tornou-se uma Comunidade com a chegada de outras Irmãs.

Salto da Divisa ( 1993) - Comunidade São Martinho de Lima

No dia 26 de janeiro de 1993, nascia a Comunidade Dominicana em Salto da Divisa. As três Irmãs partiram com as mudanças, apenas o estrito necessário. Foram acolhidas na Diocese de Almenara, de onde partiram com o bispo local para conhecer a missão. As Irmãs organizaram e assumiram, cheias de fé e esperança, um projeto de grande riqueza de costumes e cultura do povo na vida da Província Religiosa Dominicana. Elas viveram em cada etapa missionária a partilha de atividades pastorais, conforme as aptidões de cada uma e as exigências e apelos do cotidiano.

Volta Redonda - ( 1972) Comunidade Dominicana

A Comunidade Dominicana em Volta Redonda foi formada em 10 de janeiro de 1972 com a chegada de três Irmãs que ali passaram a residir.
O Projeto dessa Fraternidade visava uma experiência mais profunda de Vida Fraterna; a missão junto ao povo pobre e excluído; e vivência da pobreza, mantendo-se com os recursos do trabalho profissional das Irmãs.

Uma das atividades das Irmãs era a formação de grupos e o despertar de lideranças. O clima social estava sendo a consequência da ditadura militar.
Com a vinda de outras Irmãs, a missão foi fortalecida e ampliada na participação da Diocese nas lutas do povo, atuando nas CEBS e no movimento popular.


A atualidade do Vicariato da CRSD no Brasil

De 1903 a atualidade, o impulso inicial levou as Irmãs a fundar escolas, transpondo pequenos grupos da vida francesa para a terra brasileira. A sua adaptação às circunstâncias, a sua atenção às necessidades reais de um país confrontado com problemas específicos, levou-as gradualmente a deixar muitas escolas para se colocarem ao serviço da promoção humana sob diversas formas.

Assim, vemos a evolução e a capacidade de adaptação das nossas Irmãs para responder ao apelo do Evangelho e o testemunho da Palavra sob diversas formas de pregação, lá onde sopra e envia-nos o Espírito.

Hoje, temos no Brasil o Vicariato da CRSD composto por três comunidades: Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe no Barreiro, Comunidade Cristo Rei em São Domingos do Prata e a Comunidade Rainha da Paz em São Paulo. 

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